Indústria de Fármacos

Indústria de Fármacos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O setor de fármacos forma uma cadeia de valor que “transforma intermediários químicos e extratos vegetais em princípios ativos, denominados farmoquímicos, os quais, em seguida, são convertidos em medicamentos finais para tratamento e prevenção de doenças no ser humano” (Xavier de Lemos Capanema, 2006, pag. 195). Segundo Valéria Delgado Lemos, “embora os farmoquímicos (matéria-prima originária da síntese química de materiais orgânicos) sejam a principal, outras matérias-primas também são contempladas, obtidas a partir do isolamento de substância medicamentosa encontrada em material botânico integral ou em seu extrato (fitoterápicos)[1], bem como o emprego crescente de matérias-primas de origem biotecnológica (obtidas a partir de processos que utilizem a biologia molecular)” (Delgado Lemos, 2005, pag. 274).

A autora complementa mostrando a crescente obtenção de medicamentos pela rota biotecnológica substituindo método de síntese química de farmoquímicos. De forma crescente, a indústria de fármacos, com todas as suas ramificações tem uma forte relação com a ciência como um desdobramento direto dos avanços nas pesquisas de ponta na química, na bioquímica, nas ciências biológicas e biomédicas.

A indústria de fármacos tem como resultado final a produção de medicamentos (para uso humano, mas também veterinário) com uma direta vinculação à saúde, com uma enorme e crescente diversidade de produtos (medicamentos) para diferentes tipos de enfermidade e tratamento médico-hospitalar. A indústria de fármacos contempla também a produção de cosméticos e de alimentos funcionais que também têm ligações com a saúde humana e utilizam de insumos farmoquímicos no processo produtivo.

A indústria de fármacos se diferencia pelo nível de inovação contido nos seus produtos, desde os produtos fitoterápicos, que utilizam diretamente os princípios ativos de vegetais, até os mais avançados medicamentos decorrentes da biotecnologia e da genética molecular. Por trás destes níveis está a intensidade de pesquisa e desenvolvimento tecnológico necessário para a introdução de inovações e descobertas de novos medicamentos, que se expressam através de monopólio derivado da propriedade intellectual.

O processo para a maturação de um medicamento até o seu lançamento no mercado é lento e complexo, exigindo testes e análises pelos órgãos de regulação, demandando tempo e custos elevados. Como mostra o diagrama abaixo, são necessários no mínimo de 10 anos da pesquisa até a autorização de comercialização de um medicamento, passando por estudos pré-clínicos e clínicos e pelos procedimentos administrativos de análise.

[1] Os fitoterápicos representam um mercado novo, cujo crescimento só teria sido iniciado na década de 1960 e cuja importância em termos quantitativos é ainda pequena. As vendas dos medicamentos fitoterápicos na Europa e nos Estados Unidos foram de, respectivamente, US$ 8,5 bilhões e US$ 6,3 bilhões em 2000 [Pinto (2004)].

Abaixo a apresentação do consultor da Factta Sergio C. Buarque para a equipe do NAGI-PE: