Equipe de trabalho em indústria criativa

Equipe de trabalho em indústria criativa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

|estudos setoriais|

A indústria criativa[1] constitui um conjunto de atividades econômicas associadas a bens e serviços intangíveis diretamente ligados à produção cultural que, portanto, tem como insumo básico a criação e o conhecimento. Citando John Howkins[2], Marinho define indústria criativa como atividade que resulta de “indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico” ou como “processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos” (Marinho, 2010, coleção de slides). Estudo da FIRJAN, afinado com a abordagem da UNCTAD[3], define a indústria criativa como “os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade e capital intelectual como insumos primários” (Firjan, 2012, pag. 3).

Citando John Hartley[4], texto do Porto Digital conceitua a economia criativa como a “convergência conceitual e prática das artes criativas (talento individual) com indústrias culturais (escala de massa), no contexto das novas tecnologias de mídia (TICs) em uma nova economia do conhecimento, para uso de novos consumidores-cidadãos interativos“ (Porto Digital, sem data, pag. 1). De acordo com o Porto Digital, as novas tecnologias digitais estão viabilizando este novo segmento econômico (indústria criativa) na medida em que aproxima o criador do consumidor e permite a disseminação da criação original a baixo custo e possibilitando a abertura de “canais de produção, disseminação e consumo de bens culturais para além da indústria cultural tradicional” (Porto Digital, sem data, pag.2). Neste sentido, ainda segundo o Porto Digital, a “economia criativa é um poderoso instrumento de democratização do acesso ao bem cultural” (Porto Digital, sem data, pag. 2)

De forma mais simples e direta, a indústria criativa é a tradução da criatividade, do conhecimento e de conteúdos culturais em negócio, sendo formada por uma grande variedade de produtos e serviços. A classificação e organização da indústria criativa é muito diferenciada e depende da focalização dos autores e estudiosos, mas todos tendem a contemplar os seguintes segmentos: filme, vídeo, rádio, TV, arte cênica, musica, games, publicidade, software, design, e fotografia (edição, gravação e exibição), envolvendo direitos autorais e propriedade intelectual copyright, patente, marca registrada ou design (Marinho, 2010A, pág. 93). O Porto Digital na delimitação das áreas de atuação do projeto Porto Mídia classifica o setor em seis segmentos mais impactados pela tecnologia da informação e comunicação e pelo design: multimídia, jogos digitais, cine-vídeo-animação, design, música, e fotografia[5]. E o SEBRAE, com um conceito mais amplo de relação com a cultura, contempla também como indústria criativa a Gastronomia, o Artesanato e mesmo o Turismo de base comunitária associados a uma base cultural local.

Para este estudo e convergente com a classificação do Porto Digital, a indústria criativa foi estruturada em seis segmentos diferenciados e integrados: Cinema, vídeo e animação, Fotografia, Multimídia, Música, Games (jogos digitais de entretenimento, simulação, ferramentas para educação e treinamento), e Design. Estes segmentos formam a cadeia principal da cadeia produtiva da indústria criativa, como mostra o diagrama abaixo. Embora exista uma forte interação e sinergia entre estas atividades, não chegam a constituir elos de uma cadeia na medida em que cada uma pode ter seu próprio movimento e dinâmica relativamente independente.

Abaixo a apresentação do consultor da Factta Sergio C. Buarque a equipe do NAGI-PE:

 

[1] A literatura utiliza indistintamente os conceitos de indústria criativa e “economia criativa”. Para este estudo parece mais apropriado o conceito de indústria criativa pela abordagem de articulação e interação dos diferentes elos que compõem o processo de produção de conteúdos culturais, inclusive de outros setores da economia.

[2] Howkins, John – The Creative Economy – How People Make Money from Ideas, Penguin, 2007

[3] UNCTAD – Creative Economy Report 2008: The challenge of assessing the creative economy towards informed policy-making

[4] Hartley, John – Creative Industries, 2005

[5] O documento do Porto Digital teria selecionados esses seis segmentos de uma classificação muito mais ampla em 32 itens da indústria criativa. Estudo da FIRJAN identifica 14 segmentos incluindo Biotecnologia e Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico: Arquitetura &Engenharia, Artes, Artes Cênicas, Biotecnologia, Design, Expressões, Culturais, Filme & Vídeo, Mercado Editorial, Moda, Música, Pesquisa& Desenvolvimento, Publicidade, Software, Computação & Telecom.